Vocês lembram que, na Parte I, falamos sobre Jacob Geiger, um negociante austríaco que administrava a casa de leilões Roscoe & Alwyn, em Recife, e recebia as encomendas para Herschel? Mesmo seu sobrenome tendo uma grafia diferente, acreditamos que ele foi o primeiro “Gaiger” a trabalhar com óptica no Brasil. Vamos conhecer como os “ópticos científicos” chegaram no Sul do país?
PARTE III – HERSCHEL VEM PARA O BRASIL E CHEGA AO RIO GRANDE DO SUL
O técnico oculista Joseph Herschel chegou ao Recife no dia 26 de agosto de 1835. Após breve acordo com Geiger, iniciou um comércio próprio, publicando um anúncio no jornal Diário de Pernambuco, que dizia: José Herschel, Oculista Mecânico, tem a honra de oferecer a sua arte como oculista e igualmente fazer e consertar toda a qualidade de óculos, para qualquer vista, por mais débil que seja, tanto para ver de perto como de longe. Por isto, suplica ao público que lhe honre com sua concorrência que ele tratará de servi-lo à sua satisfação: as pessoas que não puderem ir a sua casa poderão mandar chamá-lo que ele prontamente servirá. A sua residência é na Ponte Velha em frente à casa do Catão e das doze horas do dia até as duas da tarde na rua da Cruz número 10.
Após uma temporada na cidade do Recife, Herschel vai para Salvador, onde procede da mesma forma: anuncia sua chegada e recebe encomendas, fato que vai se repetir no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul. De volta ao Recife, ele passa a atender seus clientes na loja Lenoir Puger, na Rua do Colégio, e anuncia a confecção de óculos com armações brancas e azuis e lentes inglesas, francesas e alemãs. Após um ano entre Recife e Salvador, Herschel viaja, novamente, para o Rio de Janeiro. Posteriormente, começa a atender a clientela do Rio Grande do Sul e do Uruguai, sendo que sua base foi a cidade portuária de Rio Grande.
Curiosamente, nas regiões Sul e Sudeste, os oculistas eram chamados de “ópticos científicos” e não de “oculistas mecânicos” como ocorria no Nordeste. As armações de prova do século XIX chegaram ao Brasil pelas mãos desses profissionais. A parte superior era utilizada para medir a distância interpupilar com um dispositivo que variava de acordo com a altura da base do nariz. Nas laterais, rodas dentadas para girar os cilindros e, no centro, espaço para as lentes. E, após os oculistas pioneiros, que rumo a história da óptica no Brasil tomou?
É o que você pode conferir na quarta e última parte desta trajetória.
PARTE II – HERSCHEL VEM PARA O BRASIL E CHEGA AO RIO GRANDE DO SUL
PARTE IV – O PIONEIRISMO DE HERSCHEL E A CONSOLIDAÇÃO DO SEGMENTO
Por Mário Gaiger
Baseado no livro História da Óptica no Brasil, de José Moraes dos Santos Neto